sábado, 15 de dezembro de 2012

A15 01 - Para Alcançar Uma Estrela.

Arcana 15
Capítulo 01 - Para Alcançar Uma Estrela.




O corredor de audiências estava um tremendo caos. Não adiantava dizer coisas tranquilizadoras para que os candidatos se acalmassem, e nem sequer uma simplória máquina de bebidas dava conta de tanta euforia.

- Oye!! Alguém sabe tirar algo dessa coisa?! – dizia um jovem candidato indignado, após desferir um pontapé na inocente lataria. Deve ter doído mais nele do que em qualquer outra coisa.

Os olhos em tom de mel observavam tudo com atenção, não era a primeira, nem a segunda, nem a terceira ou quarta vez que assistia àquele mesmo filme tedioso. Garotas saiam chorando dali, a maioria delas. Poucos, bem poucos sorriam e comemoravam.

- Park Eun Lin, eles vão te xingar por estar aqui outra vez... – a garota dizia para si antes de suspirar.

Levantou de seu lugar solitário e rumou a passos calmos até a sala que mais parecia uma espécie de purgatório. Trajava um delicado vestido lilás que se ajustava a sua bela forma. Erin, como era mais conhecida, possuía a típica beleza que se destacava. Altura mediana, seios fartos, belas pernas e outras mais excelentes medidas. A pele clara sutilmente corada, pulsos e dedos finos com unhas compridas e bem feitas, e os cabelos bem longos no tom negro perolado estavam presos num coque moderno e feminino. A face delicada, lábios rosados, e um destaque para os olhos castanhos mel.

Mas a verdade é que Erin não tinha noção do quanto era bonita, e toda ou qualquer sensualidade que exprimisse não era intencional. A naturalidade era outro atrativo.

Os saltos nem tão altos fizeram barulho naquela sala silenciosa. A princesa adentrava o local sem qualquer rastro de nervosismo. Ao deparar-se com os juízes apenas sorriu. Como se nada, sorriu... Mas querendo morrer de rir pela cara que eles lhe mostravam.

- Outra vez?!! – disse o típico Senhor Han, um homem de meia idade bem apresentável.

- Não entendo porque insiste tanto Senhorita Park. Não podemos proibi-la de se inscrever, mas já deveria evitar perder o seu tempo. Está tornando as coisas difíceis para nós. – comentou a megera Senhora Lee.

- Justamente. Não é proibido se inscrever, então aqui estou eu novamente. Como vocês tem passado? Senhor Seong está melhor da coluna? – respondeu ela com outro sorriso debochado.

- Bem, então vamos começar o breve questionário. – afirmava Senhor Han – Nome?

- Park Eun Lin.

- Idade?

- Vinte e dois.

- Nacionalidade?

- Nasci na Espanha, pois minha avó é espanhola. Mas sou filha de pai coreano e mãe chinesa.

- Atividades?

- Cantar, dançar, tocar, jogar games, atividades físicas, festas... E trabalho como free lancer. Precisando é só chamar!

- Mas pretende ficar famosa? – dizia a megera Lee.

- Sim. Ou não exatamente...

- Pode nos dizer a razão?

A garota desfez o sorriso e refletiu por um momento. Os olhos distantes retomaram o foco para sorrir novamente e responder:

- Para alcançar uma estrela.

O silêncio tomou o local por alguns instantes. Os jurados questionavam-se um com os outros, confusos e impacientes. Poderiam fazer mais dezenas de perguntas para aquela garota peculiar, mas preferiram avançar para a melhor parte. Era fato, aquela não era a primeira, nem a segunda, nem a terceira ou quarta vez que aquela garota estava lá, mas a verdade é que os jurados ansiavam por sua visita. Não era todo dia que tinham a oportunidade de ouvir um anjo cantar.

Um assistente a acompanharia no piano. A música planejada foi Echo, da banda Loveholic. Em contraste com a sua alegria, aquela melodia era triste, mas foi divinamente expressada por sua voz. Quando Erin cantava, era como se anjos dançassem ao seu redor, ou como se fosse aberto o portal para um paraíso.

Os jurados ficaram calados por alguns instantes após a performance.

- E então? – ela perguntou ansiosa por uma avaliação.

- Er... – tentava a Senhora Lee encontrar as palavras certas – Sentimos muito querida, mas decidimos não aprová-la.

- Posso saber ao menos o motivo? – insistiu Erin, tentando disfarçar o desapontamento.

- Menina, você nunca tentou em outra agência? Como YG, ou Loen? – perguntou o Sr. Han.

- Por que está perguntando isso a ela? Quer mandá-la para a concorrência? – retrucou a Srta. Joon, que até então se manteve calada.

- É só uma curiosidade! – o homem respondeu.

- Não tenho intenção de entrar em outra agência que não seja a SM. – Park Eun Lin foi curta e direta.

- Por que tanto interesse na SM?

- Sinto muito Senhora Lee, mas essa é uma pergunta que prefiro não responder.

- Okey, muito bem... Você já tem a nossa resposta. Agora se não se importa, ainda temos muitas outras crianças para ouvir.

Ela respirou fundo mais uma vez, e voltou a sorrir como se aquele fosse o melhor remédio. Caminhou em direção ao jovem pianista para pegar sua partitura, e ele lhe cumprimentou com um sorriso gentil.

- Você foi muito bem... – ele lhe disse em voz baixa e ela o agradeceu.

Assim que se retirou da sala, tudo o que se ouve é o sussurro de indignação por parte do Sr. Han.

- Eu não entendo aquele Prince Manager!! Ela canta melhor do que as melhores cantoras da Coréia, é muito mais bonita que Go Ah Ra, e também sabemos o quanto ela sabe dançar. Por que não podemos aprová-la?

- São ordens superiores. – respondia a Sra. Lee – Lamento muito por ela. É realmente um talento desperdiçado, mas não há nada que possamos fazer. Se ela fosse menos teimosa procuraria outra agência de talentos, com certeza seria uma promessa de sucesso em qualquer lugar.

.................................



- Aaaaahhh... Eles me enrolaram!!! Nem ao menos pude saber o motivo de ser reprovada! Sora... Me dá isso ai vai...

Com as mãos ligeiras, Erin alcançou a taça de sorvete de sua amiga. Ambas combinaram de se encontrarem naquela cafeteria próxima a agência, uma reunião para comemoração ou consolo. Nesse caso, foi a segunda alternativa.

- Aishh... Você enlouqueceu? Já não acaba de detonar dois sundaes e agora que pegar o meu? Quer que eu te diga por que não te aceitaram? Porque está escrito na sua testa "oi, eu sou Park Eun Lin e como mais que uma gorila prenha!"

- Sora... – ela dizia de forma mansa enquanto degustava o sorvete – Você está tão fofa... Já te disse que amei o seu cabelo curtinho e vermelho? Combinou tão bem com você! E os seus olhos... – se aproximou para encará-la de perto – Ahhh... Está usando maquiagem nova né?! Confessa, confessa!

A outra garota se constrangia a cada instante. Mas não tirou o sorriso tímido dos lábios.

- Quer parar de me importunar? Mas, mudando de assunto, não vai me dizer quem é a pessoa que você quer se aproximar na SM?

- É um amigo...

- Um "amigo" na SM? É famoso?

- É só um amigo mesmo tá? Mas sim, ele é meio famoso...

- Famoso quanto? Na escala de fama da SM em que nível ele está?

- Ah... Eu não sei qual é a escala de fama da SM...

- Vamos colocar assim: No topo da fama da SM, quem está? Super Junior, Girls Generation... Certo? Então, vamos supor que a fama deles equivale a 100, a pontuação máxima...

- Sora, pare de falar tanto e vamos pedir um ice coffe? Ham? Eu estou deprimida e preciso de consolo, não seja cruel comigo, hmmm?



As coisas foram diferentes para Erin na manhã seguinte. Após receber um telefonema, colocou o primeiro shorts jeans que viu pela frente, uma regata longa branca com a estampa negra de uma caveira, e uma sandália preta de salto sete. Penteou os cabelos rapidamente com as próprias mãos e optou por deixá-los soltos. Pegou sua bolsa estampada com estrelas prateadas, um agasalho, os óculos escuros, as chaves e saiu.

O ônibus parou quase em frente à agência da SM, e lá estava uma grande oportunidade a sua espera.

Cara a cara com Kim Jung Hoon, o agente do Super Junior também conhecido como "Prince Manager", aquele belo escritório estava sob uma atmosfera intimidadora.

- Então... A famosa rainha da perseverança, Park Eun Lin, estou correto? – ele começou, rodando sutilmente sua cadeira de um lado para o outro.

- Bom, o senhor também não me parece ser um simples agente... – ela respondeu.

- Você realmente achou que eu fosse um simples agente?

- Não, talvez já saiba disso, mas as fãs de Super Junior também ficam eufóricas quando se trata do "Prince Manager". O senhor é realmente mais bonito pessoalmente.

- E a senhorita é muito boa em elogios. Mas dispenso o "senhor", por favor... É, de fato há muitas coisas que a maioria das pessoas não sabe sobre mim. Estou parecendo do tipo misterioso dizendo isso?

- Pra dizer a verdade... Não estou entendendo onde essa conversa vai chegar... – ela respondeu um pouco sem jeito.

Jung Hon a encarou por poucos segundos e então riu.  

- Você é honesta e tem senso de humor. Gostei de você!

- Vai me contratar então? – ela riu, aquilo foi mais uma súplica do que uma pergunta.

- Wow, também é bem direta... Mas eu vou, eu vou sim... Você será contratada!

- Sério?!

- Só que não exatamente da forma que imagina. Aqui está o contrato, por favor...

Erin pegou os documentos e tomou um breve momento para dar uma vistoria no conteúdo.

- O... O quê? O senh... Você quer que eu seja uma espécie de "segunda agente" do Super Junior?

- É, tipo isso... Mas você fará umas coisas que eu não faço.

- Mas não é você o agente deles?

- Sou. E não exatamente... Mas eu tô de boa com isso também.

- "Tá de boa?". Como ass... Espere um momento.

Eun Lin parou para pensar por alguns instantes, a situação lhe pareceu tão hilária que ela até riu de nervosismo.

- Vai, por que está tão inconformada? Há uma forma mais eficaz de alcançar o seu objetivo?

- Do que está falando?

- A razão de você querer entrar na SM, não acha que é bem mais conveniente essa proposta que tem em mãos?

- Desde quando você sabe as minhas razões?

- Quer que eu te diga? Talvez em voz alta para ficar mais "cool"? Vamos lá... – Jung Hoon tomou fôlego para gritar, mas Erin avançou sobre a mesa e tapou-lhe a boca no mesmo instante.

- Não ouse fazer isso... – ela disse.

A garota rapidamente pegou uma caneta e imediatamente assinou todos os papéis.

- Aqui está. Satisfeito?

O agente apenas lançou um fabuloso sorriso que serviu muito bem como resposta.

- Você fez uma excelente escolha, futura assistente geral do Super Junior. Você será praticamente uma nova integrante, entenderá isso mais tarde. Aqui estão suas vias do contrato, é bom ler todas as cláusulas.

- Okey, muito obrigado. Posso ir agora?

- Claro, fique a vontade... – ele disse indicando-lhe a porta com um gesto de mãos.

E aquele foi um encontro imprevisível. A jovem estava prestes a tocar na maçaneta, mas não o fez. Antes disso, a porta rapidamente se abriu e por ela entrou outro alguém. Era um dos integrantes do Super Junior, e alguém muito longe de ser um estranho.

- Oppa... – surpreendeu-se Erin.

A expressão de Eunhyuk era assustadora. Recém abrira a porta com certa agressividade, e agora encarava o manager como se pudesse matá-lo. Desviou os olhos para Eun Lin a sua frente, muito mais próxima do que deveria estar, e finalmente iniciou um diálogo.

- Você assinou isso?!




 ~Continua~






Arcana 15


Título: Arcana 15;
Categoria: Bandas; K-Pop; Super Junior;
Gêneros: Drama, Romance, Amizade, Comédia, Fantasia, Smut, Ação, Mistério, Suspense, Ficção;
Avisos: Heterosexualismo, alcool, drogas, violência, linguagem imprópria, sexo, abordagens pesadas, cenas fortes;
Classificação: +18
Status: Em andamento;
Disclaimer: Super Junior e seus integrantes não me pertencem, e não há qualquer fundo lucrativo nesta realização. Alguns personagens presentes na fanfic são de autoria própria.

Observações adicionais: É hétero, tem personagem original. Se passa na época atual, após Sexy Free & Single e pouco antes de SPY. Todos os integrantes participam, mas se quiserem saber os que mais participam são eles Eunhyuk, Kyuhyun, Yesung, Leeteuk, Ryeowook, Donghae, Heechul, Siwon, Sungmin... E os outros também possuem seus papéis importantes. Outras participações possíveis: Big Bang, BAP, 2NE1, TVXQ, e outros... Pode parecer meio viajada para algumas pessoas, mas garanto que não deixei nada exagerado e sem coerência ou significado. Também não tirei bases de qualquer material, ou seja, pesquisei sobre diversos temas para tratar o que é abordado nessa fic. Te toda forma é uma fic, e nem tudo tem que estar de acordo com os fatos, eu posso usar a minha criatividade também. E é isso, vejam a sinopse e desfrutem.


SINOPSE:


Park Eun Lin, mais conhecida como Erin, tem vinte e dois anos e talentos desperdiçados. Seu mais recente objetivo é entrar para o mundo Hallyu para estar mais próxima de sua grande estrela e amigo de infância Lee Hyuk Jae. E quando finalmente recebe uma proposta da SM Produções, o convite é no mínimo suspeito e peculiar: Passar a conviver diretamente com Super Junior. Por mais que não fugisse de sua meta principal, o que viria a seguir seria uma série de descobertas inacreditáveis. E se aquele famoso grupo de belos garotos na verdade não fosse bem uma banda de k-pop? Ou, melhor dizendo, e se Super Junior não fosse apenas Super Junior, mas um grupo com objetivos secretos e integrantes especiais? Um pouco confuso? Não tire muitas conclusões antes de ler e se emocionar




CAPÍTULOS:
 
 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Quem tá morto sempre... Ressuscita!!



Olá pessoas!! Faz muito tempo que eu deixei esse blog inativo. Resolvi retomar as atividades por uns e outros motivos. O primeiro é que as fanfics com personagens reais (atores, bandas, artistas em geral...) foram vetadas no site de fanfics que eu costumo usar. Eu encontrei outro chamado AnimeSpirit, já coloquei o link do meu profile no espaço da sidebar a direita deste blog, é fácil de encontrar. Estou com um projeto de fanfic da banda de k-pop Super Junior, então como lidar? Só poderei usar outros espaços, como este, para postar meus capítulos. O problema é que tenho muito trabalho a fazer, inclusive muitos posts antigos para fazer edições... Quero postar todos os capítulos de todas as fanfics que escrevo (e não são poucos). Por isso peço um pouco de paciência a príncipio.

Mas, como nem tudo são flores, mas sim botões de rosas (essa é minha heim.. kkkk)... Assim que tudo ficar bem bonitinho tenho certeza que este será um espaço muito legal de se trabalhar, e garantia de que nada irá se perder por causa de novas regras em sites que já existem.

Como não pretendo deixar este espaço dedicado apenas a postagens de fanfics de minha autoria, também vou me dedicar a postar reviews do que tenho assistido e lido. Desde fanfics e mangás até animes e doramas, porque eu sou completamente viciada neles. Claro, também posso acabar falando sobre qualquer outra coisa não planejada em nenhum roteiro de blogger... kkkkkk

Obrigada a todos pela compreensão! Até mais breve!! o/


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Reddish



Título:
Reddish;
Categoria: Animes/Mangás - Hunter x Hunter
Gênero: Drama, Romance, Mistério, Ação;
Avisos: Alcool, violência, linguagem imprópria, sexo, abordagens pesadas;
Classificação: +16
Status: Fanfic ainda não publicada.
Disclaimer: Hunter x Hunter e seus personagens não me pertencem, e não há qualquer fundo lucrativo nesta realização. Alguns personagens presentes na fanfic são de autoria própria.

Observações adicionais: Kurapika+OC, se passa logo após o York Shin (epis 63 a 70), tem como base a história do Kurapika, assim como sua vingança que ele ainda planeja executar. Haverá uma segunda persogem principal de autoria própria. A história da fanfic aborda sobre a vingança, e inclusive veremos como ela ocorrerá, mas o foco principal será o desenvolvimento da relação (em todos os sentidos) do casal de protagonistas. Não sei se vou fazer uma capa oficial... Gosto tanto dessa imagem do Kurapika... *fangirl* (risos).


SINOPSE:

O brilho escarlate era intenso... Inegavelmente familiar. Por trás dele não estava o azul límpido, e tampouco as mechas que dançavam com o vento eram douradas, mas sim negras. Um contraste perfeito e belíssimo.
É necessário aceitar todas as verdades. E acima de tudo tomar a decisão mais sábia. É realmente preferível o gosto amargo da vingança?
O sabor poderá cegá-lo... Justo quando a esperança aparecer perante seus olhos. No lugar de destruir, ele pode apenas proteger.
Proteja o tesouro que lhe foi dado... O sabor que irá provar será muito mais doce. Sua alma, sua carne, e seus olhos estarão cristalinos como as águas sagradas abençoadas pela manhã.
O enlace de ambas as mãos será contemplado com todas as dádivas. Dentre elas, a Salvação.



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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

ACDV 00 - Prólogo

As Colinas de Vèlklain
Prólogo


Tinha asas de anjo e olhos diabólicos

Dançava como as fadas e brilhava mais que as estrelas

Iluminava sombras, purificava trevas...

Acorrentada a elas.


Dedilhando sonhos e compondo cores

Perdia-se por entre a magia

E forjando o seu mundo fantástico

Despertou


Num abismo que até então

Adormecia...



Inglaterra, 1678.

Era uma bela tarde como muitas outras quando as empregadas corriam desordenadas por aquele grandioso castelo. Talvez a tarde tão bonita servisse para disfarçar o desespero.

O pequeno Vèlklain tinha apenas quatro anos, sendo jovem demais para entender o motivo de tanto alvoroço. Mas de uma coisa ele sabia e ansiava: seu irmão, ou quem sabe irmã, daria boas vindas a este mundo dentro de alguns instantes.

O garoto era filho de Sir. Henrry Vèlklain, senhor de todas as terras de Vèlklain. Essas terras foram batizadas com esse nome por Sebastian Vèlklain, tataravô do tataravô de Henrry. Diziam as lendas que o lugar, cercado por colinas, era como uma porta para o inferno. Pois quando a escuridão noturna invadia aquela floresta, tudo parecia entrar em outra dimensão totalmente sombria e desesperadora. À noite, mesmo do quarto mais escondido do castelo era possível escutar as vozes e os gritos que vinham como rajadas de ventos ecoando daquela floresta. Até os mais valentes cavaleiros temiam esse tipo de coisa.

Henrry Vèlklain havia se casado há seis anos com Anna Triementh, com quem teve seu primeiro filho, o pequeno Lohan. Agora este aguardava o nascimento de seu irmão, igualmente filho de Anna e Henrry.

Não demorou muito para que uma das criadas notasse o menino, inquieto, parado em seu lugar ao lado da cômoda sem a menor idéia de onde ir.

- O jovem amo deseja passear no jardim? – perguntou a criada.

Lohan não respondeu, apenas acenou desordenadamente com a cabeça, de forma que tal gesto fora incapaz de satisfazer a pergunta da mulher que se mantinha a sua frente.

- Jasmine!! – chamava outra criada pelo nome da moça – A criança nasceu! Rápido, precisarei da sua ajuda!

- Ora... Outro menino?!

- Não, é uma linda rapariga! – respondeu a mulher enquanto voltava a correr na direção da escadaria – Vamos!

Assim que a criada pôs-se a seguir os passos da outra, o pequeno Lohan impediu-a, segurando a moça pela barra de sua saia. Ela olhou atentamente para o garoto e depois sorriu dizendo:

- Talvez o jovem amo deseje conhecer a irmã?

A criada então levou o menino consigo. Quando ambos chegaram ao quarto, Anna estava na cama, agora descansando de uma grande exaustão, porém estava aliviada, pois afinal o parto ocorrera bem sucedido e a criança nasceu uma menina, assim como desejava.

- Lohan está aqui?! – surpreendeu-se ela ao notar a presença do primogênito.

- Sim... Ele quis muito vir minha senhora, então eu o levei comigo.

- Ah... Não se preocupe Jasmine! Apenas não esperava vê-lo aqui, ainda mais com essa expressão tão ansiosa.

Nesse instante, uma das criadas já retornava com a criança nos braços, agora estando esta embrulhada em muitos tecidos que pareciam aquecê-la bastante. A mãe segurou-a com cuidado e esforço, não ficaria muito tempo com a menina, pois depois de um parto difícil ficara cansada demais para dar toda a atenção que gostaria de dar a sua filha.

- Venha Lohan... – dizia Anna gentilmente ao garoto para que este se aproximasse – Venha conhecer sua irmã.

A princípio Lohan teve receio em se aproximar, mas logo deu singelos passos até a mãe. Assim que parou ao lado da cama, Anna o aproximou da criança. O garoto se pôs mudo e impressionado. Sua irmã estava lá, tão pequena e indefesa, com a pele ainda vermelha e os olhos bastante esticados. Mas para ele, aquela havia sido a coisa mais bela que já vira até então.

- A senhora já sabe o nome da menina? – perguntou Jasmine.

- Leesliel... Ela vai se chamar Leesliel.


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S 00 - Prólogo

SillencE
Prólogo


Sonnoria é o Imperador do Tempo e das Dimenções. Todos alegam nunca o terem visto. Na verdade, tampouco conhecem seu gênero. Seus representantes são seus quatro ditos filhos: Ccielo, Astar, Jilleon e Lunar. Não se sabe qual deles é o mais velho, mas se sabe que Lunar é a única do gênero feminino.

Ulquiorra Schiffer não compreendia o que fazia naquele lugar. Estava com sua forma de Arrancar, e também com a vestimenta de um Espada. O número quatro em seu peito, porém, não mais existia.

O espaço era um branco total, o nulo, o vazio. Na verdade, outra dimenção. Os quatro representantes de Sonnoria tinham formas semelhantes à dos humanos, mas portes de deuses. Trajavam vestes bem detalhadas, que lembravam a nobreza do Oriente médio. Estavam sentados a sua frente em quatro tronos paralelos. Todos mantinham os olhos fechados e uma elegante postura de verdadeiras entidades.

O ex-Arrancar não sabia quem era quem. Para ele toda a história de Imperador e quatro filhos não passava de lenda. O antigo espada esteve inexistente em um vazio obscuro, onde não havia tempo nem mundo. Era o nada completo. Não dava para dizer quantos anos se passaram, até mesmo porque cada segundo deveria representar qualquer outro valor temporal, exceto um segundo.

Mas nada mudava o fato de que alguma coisa estanha acontecia. No contrário ele ainda estaria submerso naquele abismo infinito, e não numa sala em outra dimenção, encarando quatro seres lendários. O que Sonnoria queria com ele?

- Ulquiorra Schiffer, ex-Espada, ex-Arrancar, ex-Hollow, ex-Existente... – dizia um dos irmãos com uma voz que ecoava por aquele grande espaço vazio – Assim que uma "vida" deixa de existir por completo, ela perde qualquer denominação já obtida um dia.

- Convocamos sua presença... – falava agora uma voz suave cujo portador certamente era uma mulher – Para lhe oferecer um novo rumo. Na verdade, uma nova existência.

Apesar de muito inesperado e inacreditável, aquilo era real. De alguma maneira ainda incompreensível, Sonnoria tinha tal poder.

Para Ulquiorra era uma proposta interessante. Uma tarefa que ele não poderia negar cumprir, em troca de uma nova forma de existência que o próprio escolheria. O único problema era a tal tarefa, pois esta só seria revelada depois que o trato estivesse feito.

O ex-Arrancar hesitou algumas vezes, mas, no fim, aceitou.

- Retornarei como o mais poderoso e imponente Vasto Lorde. O verdadeiro Imperdador do Hueco Mundo, assim como Sonnoria Impera sobre o tempo e as dimenções. – foi o que ele exigiu com seu olhar inanimado de sempre, embora o tempo aprisionado no vazio o tenha deixado mais ambicioso.

Os quatro irmãos se entreolharam brevemente, e em seguida acenaram de maneira positiva.

- Assim será. – afirmou outra voz – A partir de agora sua decisão não poderá ser alterada ou anulada. Seja qual for sua missão, terá que cumprí-la com êxito. No contrário, sua existência será outra vez aprisionada no vazio.

- Nós estaremos lhe observando. – concluiu a voz feminina.

Aquelas orbes esmeraldas apenas centraram o olhar. Sua expressão não demonstrou qualquer sinal de dúvida ou ansiedade a respeito de sua enigmática missão. Em verdade, e como sempre, Ulquiorra nada demonstrava em sua face.


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terça-feira, 4 de outubro de 2011

DNTWB 02 - A Garota Misteriosa

Death Note - The White Book
Capítulo 2 - A Garota Misteriosa.



Tokyo, dois dias depois (10 dias para a morte de L).

- Tem algo que me intriga muito... – dizia L a si mesmo, enquanto observava algumas folhas – Todos os nomes que foram escritos no caderno, são de criminosos que realmente morreram. Aproximadamente 70% desses criminosos são orientais. Mas o problema é que... Uma quantidade muito superior a de 30% de condenados morreram no resto do mundo. Coincidência talvez? Números? Criminosos morrem de qualquer forma, mas... Muitos e muitos outros, de ataques cardiácos, suicídios ou formas totalmente inusitadas. É estranho...

Instantes depois o interfone tocou. L se levantou lentamente da cadeira e foi atender:

- Moshi-moshi?

- HIII!! – respondeu uma voz feminina bastante empolgada – O Senhor é o L?!

L a princípio se surpreendeu e não soube como responder. Deve provavelmente ter pensado algo como "quem é essa louca?", então viu as imagens da câmera da entrada e olhou atentamente para a garota. Após uma breve pausa, falou:

- Quem é você?

- Ah... Desculpe-me. Eu devo tê-lo assustado. Deixe-me entrar que eu lhe explicarei tudo. Não se preocupe, se o Senhor quiser colocar uma máscara ou falar comigo escondido, eu não me importo. Também o Senhor não deve estar sozinho e todo o local deve ser monitorado por câmeras e escutas, certo? Eu não me atreveria a tentar algo nessas circunstancias, mas não posso falar nada aqui, ou correremos o risco de que alguém escute... E, além disso, o Senhor precisa me ver para sentir confiança... Afinal eu não tenho nenhuma má intenção. Ah... Desculpe, eu falei demais!

- Está tudo bem. – disse L calmamente – Entre. Afinal a Srta já foi descuidada falando tudo isso...

- Oh my... Desculpe-me.

A garota era a mesma que aparecera em Londres, Lucy. Ela estava bem arrumada, com um vestido tomara-que-caia curto e rosa, e mais uma vez com sandálias de salto-alto. Entrou no elevador e subiu até o andar do escritório de L, seguindo as coordenadas deste. Assim que saiu do elevador, L já estava a sua espera.

Ao se encontrarem, ambos se surpreenderam. Olharam-se um ao outro dos pés a cabeça. E L foi quem deu a primeira palavra:

- O que... Alguém como você faz aqui?

- "A... A-Alguém como eu"? Co... Como assim?

- Se veio fazer propaganda de casa noturna, eu dispenso.

Lucy se surpreendeu com o comentário e a princípio não pôde entender até olhar para as próprias roupas e perceber que deveria estar "arrumada" demais. Mas não era pra tanto, o detetive estava apenas brincando com ela, que em realidade estava linda.

- Ah... – Lucy ficou vermelha de vergonha, se virou para o elevador e entrou – Desculpe, eu volto outro dia...

- "Outro dia" talvez não exista – disse ele impedindo.

A garota parou, refletiu por dois segundos e depois se voltou para L.

- Por que diz isso? O Senhor está a caminho da morte? Também é mesmo estranho que não tenha se importando em me receber, e nem sequer está disfarçado.

L deu uma breve pausa antes de falar:

- A Srta é estrangeira, não é? Apesar de leves traços orientais... Uma mestiça?

- Sim... Eu acho...

- "Acho"?

- Ah, é uma longa história... Não vem ao caso falar disso agora. Tenho algo importante a comunicar.

- Então venha comigo.

Ao entrar no escritório, Lucy pareceu se sentir mais a vontade. Zelfa se posicionou em um dos cantos do local e apenas ficou observando, L não podia vê-lo.

- A Srta Ainda não me disse o seu nome. – falou L.

- Nossa, é mesmo! Sinto muito... É que eu sou um pouco distraída. Me chame de Lucy. – disse ela sorrindo.

- "Lucy"... Esse é mesmo o seu nome?

- Não. Ou melhor, não sei... Talvez seja.

- Srta. Lucy... Vou exigir que me explique isso direito, mas antes... Deseja alguma coisa? Água, café, chá...

- Bem eu... Talvez seja um abuso da sua boa vontade, mas... Eu daria tudo por algum doce. – disse ela sorrindo outra vez.

L ficou ainda mais surpreso. Após algum instante disse:

- Doce é? Aqui não falta...

Já estavam os dois sentados na mesa, ambos comendo doces. Ele comia algum tipo de mousse e ela um pedaço de bolo.

- O Senhor tem mesmo um ótimo gosto para doces... Está uma delícia!

- Sim... Eu faço encomendas diárias. Mas voltando ao nosso assunto de antes... Por que nenhuma de suas respostas é concreta? A Srta não sabe se é ou não mestiça e também não sabe se Lucy é ou não um pseudônimo. Ou a Srta está tentando fazer mistério ou...

- Perdi a minha memória. – interrompeu ela de forma direta.

- Desde quando? – ele perguntou intrigado.

- Não me lembro de nada anterior aos três últimos anos. Não sei de onde vim, não sei quem eu sou... Não sei sequer a minha idade.

L deu uma breve pausa enquanto a observava e depois começou a dizer:

- Sua idade não é difícil descobrir com simples exames em laboratório. Sua identidade pode também ser descoberta com amostras de suas impressões digitais.

- Eu já tentei fazer isso. Não constou nada arquivado. É como se eu nem existisse. O teste da idade eu não pensei em fazer. Mas incrivelmente eu tenho uma grande base de conhecimentos gerais e acadêmicos, assim como também falo fluentemente oito idiomas. Tenho facilidade com todos então é difícil definir qual é o da minha terra natal. Minha memória teve início há três anos, na Inglaterra. Mas isso não significa que eu seja realmente inglesa.

- Isso é mesmo muito estranho. Não constar nenhum dado nos arquivos civis... Indica que eles foram apagados, ou você era uma indigente que nunca teve um registro. Mas se a Srta veio me procurar para resolver o seu caso, sinto muito, mas não sou um detetive particular. É melhor que procure...

- Não se precipite, por favor. Não tenho tanto interesse assim em desvendar o meu passado, se não eu teria apelado para recursos como terapias de transgressão. A verdade é que eu tenho medo, então acho melhor deixar as coisas como estão. Tudo o que eu consegui nesses três anos foi andar como uma ilegal. Tenho passaportes e documentos falsos e todo dinheiro que eu consigo é trabalhando como uma modelo fotográfica de uma empresa pouco conhecida na Inglaterra. Ninguém sabe nada sobre mim. Bom... Se nem eu sei.

- Nunca descobriram que a Srta usa documentos falsos?

- Não. É que na verdade não são falsos perante a lei. Porque eu... Invadi o sistema civil de registros e identificações e inclui todos os meus documentos como sendo legais e oficiais.

- Uma hacker?

- Não é o meu trabalho, mas foi o que eu fiz. É... O Senhor terá que me prender?

- Esse não é um trabalho meu. Mas a Srta me parece uma caixinha de surpresas. Uma garota bastante extrovertida, mas também dotada de um grande porte intelectual. Assim fica difícil adivinhar o que está pensando ou tramando.

- Se está se referindo ao real motivo de minha visita... Não precisa se preocupar com isso. Agora serei direta... Estou aqui devido ao caso Kira e o Death Note.

L entrou em choque de tão surpreso, e mesmo após um instante tudo o que fez foi manter o silêncio. Lucy, ao perceber sua perturbação repentina, continuou:

- Ah... Talvez eu também deva... – dizia ela enquanto retirava algo da bolsa – Talvez eu também deva lhe mostrar isso.

Lucy colocou sobre a mesa um caderno branco semelhante ao Death Note.