terça-feira, 18 de outubro de 2011

Reddish



Título:
Reddish;
Categoria: Animes/Mangás - Hunter x Hunter
Gênero: Drama, Romance, Mistério, Ação;
Avisos: Alcool, violência, linguagem imprópria, sexo, abordagens pesadas;
Classificação: +16
Status: Fanfic ainda não publicada.
Disclaimer: Hunter x Hunter e seus personagens não me pertencem, e não há qualquer fundo lucrativo nesta realização. Alguns personagens presentes na fanfic são de autoria própria.

Observações adicionais: Kurapika+OC, se passa logo após o York Shin (epis 63 a 70), tem como base a história do Kurapika, assim como sua vingança que ele ainda planeja executar. Haverá uma segunda persogem principal de autoria própria. A história da fanfic aborda sobre a vingança, e inclusive veremos como ela ocorrerá, mas o foco principal será o desenvolvimento da relação (em todos os sentidos) do casal de protagonistas. Não sei se vou fazer uma capa oficial... Gosto tanto dessa imagem do Kurapika... *fangirl* (risos).


SINOPSE:

O brilho escarlate era intenso... Inegavelmente familiar. Por trás dele não estava o azul límpido, e tampouco as mechas que dançavam com o vento eram douradas, mas sim negras. Um contraste perfeito e belíssimo.
É necessário aceitar todas as verdades. E acima de tudo tomar a decisão mais sábia. É realmente preferível o gosto amargo da vingança?
O sabor poderá cegá-lo... Justo quando a esperança aparecer perante seus olhos. No lugar de destruir, ele pode apenas proteger.
Proteja o tesouro que lhe foi dado... O sabor que irá provar será muito mais doce. Sua alma, sua carne, e seus olhos estarão cristalinos como as águas sagradas abençoadas pela manhã.
O enlace de ambas as mãos será contemplado com todas as dádivas. Dentre elas, a Salvação.



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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

ACDV 00 - Prólogo

As Colinas de Vèlklain
Prólogo


Tinha asas de anjo e olhos diabólicos

Dançava como as fadas e brilhava mais que as estrelas

Iluminava sombras, purificava trevas...

Acorrentada a elas.


Dedilhando sonhos e compondo cores

Perdia-se por entre a magia

E forjando o seu mundo fantástico

Despertou


Num abismo que até então

Adormecia...



Inglaterra, 1678.

Era uma bela tarde como muitas outras quando as empregadas corriam desordenadas por aquele grandioso castelo. Talvez a tarde tão bonita servisse para disfarçar o desespero.

O pequeno Vèlklain tinha apenas quatro anos, sendo jovem demais para entender o motivo de tanto alvoroço. Mas de uma coisa ele sabia e ansiava: seu irmão, ou quem sabe irmã, daria boas vindas a este mundo dentro de alguns instantes.

O garoto era filho de Sir. Henrry Vèlklain, senhor de todas as terras de Vèlklain. Essas terras foram batizadas com esse nome por Sebastian Vèlklain, tataravô do tataravô de Henrry. Diziam as lendas que o lugar, cercado por colinas, era como uma porta para o inferno. Pois quando a escuridão noturna invadia aquela floresta, tudo parecia entrar em outra dimensão totalmente sombria e desesperadora. À noite, mesmo do quarto mais escondido do castelo era possível escutar as vozes e os gritos que vinham como rajadas de ventos ecoando daquela floresta. Até os mais valentes cavaleiros temiam esse tipo de coisa.

Henrry Vèlklain havia se casado há seis anos com Anna Triementh, com quem teve seu primeiro filho, o pequeno Lohan. Agora este aguardava o nascimento de seu irmão, igualmente filho de Anna e Henrry.

Não demorou muito para que uma das criadas notasse o menino, inquieto, parado em seu lugar ao lado da cômoda sem a menor idéia de onde ir.

- O jovem amo deseja passear no jardim? – perguntou a criada.

Lohan não respondeu, apenas acenou desordenadamente com a cabeça, de forma que tal gesto fora incapaz de satisfazer a pergunta da mulher que se mantinha a sua frente.

- Jasmine!! – chamava outra criada pelo nome da moça – A criança nasceu! Rápido, precisarei da sua ajuda!

- Ora... Outro menino?!

- Não, é uma linda rapariga! – respondeu a mulher enquanto voltava a correr na direção da escadaria – Vamos!

Assim que a criada pôs-se a seguir os passos da outra, o pequeno Lohan impediu-a, segurando a moça pela barra de sua saia. Ela olhou atentamente para o garoto e depois sorriu dizendo:

- Talvez o jovem amo deseje conhecer a irmã?

A criada então levou o menino consigo. Quando ambos chegaram ao quarto, Anna estava na cama, agora descansando de uma grande exaustão, porém estava aliviada, pois afinal o parto ocorrera bem sucedido e a criança nasceu uma menina, assim como desejava.

- Lohan está aqui?! – surpreendeu-se ela ao notar a presença do primogênito.

- Sim... Ele quis muito vir minha senhora, então eu o levei comigo.

- Ah... Não se preocupe Jasmine! Apenas não esperava vê-lo aqui, ainda mais com essa expressão tão ansiosa.

Nesse instante, uma das criadas já retornava com a criança nos braços, agora estando esta embrulhada em muitos tecidos que pareciam aquecê-la bastante. A mãe segurou-a com cuidado e esforço, não ficaria muito tempo com a menina, pois depois de um parto difícil ficara cansada demais para dar toda a atenção que gostaria de dar a sua filha.

- Venha Lohan... – dizia Anna gentilmente ao garoto para que este se aproximasse – Venha conhecer sua irmã.

A princípio Lohan teve receio em se aproximar, mas logo deu singelos passos até a mãe. Assim que parou ao lado da cama, Anna o aproximou da criança. O garoto se pôs mudo e impressionado. Sua irmã estava lá, tão pequena e indefesa, com a pele ainda vermelha e os olhos bastante esticados. Mas para ele, aquela havia sido a coisa mais bela que já vira até então.

- A senhora já sabe o nome da menina? – perguntou Jasmine.

- Leesliel... Ela vai se chamar Leesliel.


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S 00 - Prólogo

SillencE
Prólogo


Sonnoria é o Imperador do Tempo e das Dimenções. Todos alegam nunca o terem visto. Na verdade, tampouco conhecem seu gênero. Seus representantes são seus quatro ditos filhos: Ccielo, Astar, Jilleon e Lunar. Não se sabe qual deles é o mais velho, mas se sabe que Lunar é a única do gênero feminino.

Ulquiorra Schiffer não compreendia o que fazia naquele lugar. Estava com sua forma de Arrancar, e também com a vestimenta de um Espada. O número quatro em seu peito, porém, não mais existia.

O espaço era um branco total, o nulo, o vazio. Na verdade, outra dimenção. Os quatro representantes de Sonnoria tinham formas semelhantes à dos humanos, mas portes de deuses. Trajavam vestes bem detalhadas, que lembravam a nobreza do Oriente médio. Estavam sentados a sua frente em quatro tronos paralelos. Todos mantinham os olhos fechados e uma elegante postura de verdadeiras entidades.

O ex-Arrancar não sabia quem era quem. Para ele toda a história de Imperador e quatro filhos não passava de lenda. O antigo espada esteve inexistente em um vazio obscuro, onde não havia tempo nem mundo. Era o nada completo. Não dava para dizer quantos anos se passaram, até mesmo porque cada segundo deveria representar qualquer outro valor temporal, exceto um segundo.

Mas nada mudava o fato de que alguma coisa estanha acontecia. No contrário ele ainda estaria submerso naquele abismo infinito, e não numa sala em outra dimenção, encarando quatro seres lendários. O que Sonnoria queria com ele?

- Ulquiorra Schiffer, ex-Espada, ex-Arrancar, ex-Hollow, ex-Existente... – dizia um dos irmãos com uma voz que ecoava por aquele grande espaço vazio – Assim que uma "vida" deixa de existir por completo, ela perde qualquer denominação já obtida um dia.

- Convocamos sua presença... – falava agora uma voz suave cujo portador certamente era uma mulher – Para lhe oferecer um novo rumo. Na verdade, uma nova existência.

Apesar de muito inesperado e inacreditável, aquilo era real. De alguma maneira ainda incompreensível, Sonnoria tinha tal poder.

Para Ulquiorra era uma proposta interessante. Uma tarefa que ele não poderia negar cumprir, em troca de uma nova forma de existência que o próprio escolheria. O único problema era a tal tarefa, pois esta só seria revelada depois que o trato estivesse feito.

O ex-Arrancar hesitou algumas vezes, mas, no fim, aceitou.

- Retornarei como o mais poderoso e imponente Vasto Lorde. O verdadeiro Imperdador do Hueco Mundo, assim como Sonnoria Impera sobre o tempo e as dimenções. – foi o que ele exigiu com seu olhar inanimado de sempre, embora o tempo aprisionado no vazio o tenha deixado mais ambicioso.

Os quatro irmãos se entreolharam brevemente, e em seguida acenaram de maneira positiva.

- Assim será. – afirmou outra voz – A partir de agora sua decisão não poderá ser alterada ou anulada. Seja qual for sua missão, terá que cumprí-la com êxito. No contrário, sua existência será outra vez aprisionada no vazio.

- Nós estaremos lhe observando. – concluiu a voz feminina.

Aquelas orbes esmeraldas apenas centraram o olhar. Sua expressão não demonstrou qualquer sinal de dúvida ou ansiedade a respeito de sua enigmática missão. Em verdade, e como sempre, Ulquiorra nada demonstrava em sua face.


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terça-feira, 4 de outubro de 2011

DNTWB 02 - A Garota Misteriosa

Death Note - The White Book
Capítulo 2 - A Garota Misteriosa.



Tokyo, dois dias depois (10 dias para a morte de L).

- Tem algo que me intriga muito... – dizia L a si mesmo, enquanto observava algumas folhas – Todos os nomes que foram escritos no caderno, são de criminosos que realmente morreram. Aproximadamente 70% desses criminosos são orientais. Mas o problema é que... Uma quantidade muito superior a de 30% de condenados morreram no resto do mundo. Coincidência talvez? Números? Criminosos morrem de qualquer forma, mas... Muitos e muitos outros, de ataques cardiácos, suicídios ou formas totalmente inusitadas. É estranho...

Instantes depois o interfone tocou. L se levantou lentamente da cadeira e foi atender:

- Moshi-moshi?

- HIII!! – respondeu uma voz feminina bastante empolgada – O Senhor é o L?!

L a princípio se surpreendeu e não soube como responder. Deve provavelmente ter pensado algo como "quem é essa louca?", então viu as imagens da câmera da entrada e olhou atentamente para a garota. Após uma breve pausa, falou:

- Quem é você?

- Ah... Desculpe-me. Eu devo tê-lo assustado. Deixe-me entrar que eu lhe explicarei tudo. Não se preocupe, se o Senhor quiser colocar uma máscara ou falar comigo escondido, eu não me importo. Também o Senhor não deve estar sozinho e todo o local deve ser monitorado por câmeras e escutas, certo? Eu não me atreveria a tentar algo nessas circunstancias, mas não posso falar nada aqui, ou correremos o risco de que alguém escute... E, além disso, o Senhor precisa me ver para sentir confiança... Afinal eu não tenho nenhuma má intenção. Ah... Desculpe, eu falei demais!

- Está tudo bem. – disse L calmamente – Entre. Afinal a Srta já foi descuidada falando tudo isso...

- Oh my... Desculpe-me.

A garota era a mesma que aparecera em Londres, Lucy. Ela estava bem arrumada, com um vestido tomara-que-caia curto e rosa, e mais uma vez com sandálias de salto-alto. Entrou no elevador e subiu até o andar do escritório de L, seguindo as coordenadas deste. Assim que saiu do elevador, L já estava a sua espera.

Ao se encontrarem, ambos se surpreenderam. Olharam-se um ao outro dos pés a cabeça. E L foi quem deu a primeira palavra:

- O que... Alguém como você faz aqui?

- "A... A-Alguém como eu"? Co... Como assim?

- Se veio fazer propaganda de casa noturna, eu dispenso.

Lucy se surpreendeu com o comentário e a princípio não pôde entender até olhar para as próprias roupas e perceber que deveria estar "arrumada" demais. Mas não era pra tanto, o detetive estava apenas brincando com ela, que em realidade estava linda.

- Ah... – Lucy ficou vermelha de vergonha, se virou para o elevador e entrou – Desculpe, eu volto outro dia...

- "Outro dia" talvez não exista – disse ele impedindo.

A garota parou, refletiu por dois segundos e depois se voltou para L.

- Por que diz isso? O Senhor está a caminho da morte? Também é mesmo estranho que não tenha se importando em me receber, e nem sequer está disfarçado.

L deu uma breve pausa antes de falar:

- A Srta é estrangeira, não é? Apesar de leves traços orientais... Uma mestiça?

- Sim... Eu acho...

- "Acho"?

- Ah, é uma longa história... Não vem ao caso falar disso agora. Tenho algo importante a comunicar.

- Então venha comigo.

Ao entrar no escritório, Lucy pareceu se sentir mais a vontade. Zelfa se posicionou em um dos cantos do local e apenas ficou observando, L não podia vê-lo.

- A Srta Ainda não me disse o seu nome. – falou L.

- Nossa, é mesmo! Sinto muito... É que eu sou um pouco distraída. Me chame de Lucy. – disse ela sorrindo.

- "Lucy"... Esse é mesmo o seu nome?

- Não. Ou melhor, não sei... Talvez seja.

- Srta. Lucy... Vou exigir que me explique isso direito, mas antes... Deseja alguma coisa? Água, café, chá...

- Bem eu... Talvez seja um abuso da sua boa vontade, mas... Eu daria tudo por algum doce. – disse ela sorrindo outra vez.

L ficou ainda mais surpreso. Após algum instante disse:

- Doce é? Aqui não falta...

Já estavam os dois sentados na mesa, ambos comendo doces. Ele comia algum tipo de mousse e ela um pedaço de bolo.

- O Senhor tem mesmo um ótimo gosto para doces... Está uma delícia!

- Sim... Eu faço encomendas diárias. Mas voltando ao nosso assunto de antes... Por que nenhuma de suas respostas é concreta? A Srta não sabe se é ou não mestiça e também não sabe se Lucy é ou não um pseudônimo. Ou a Srta está tentando fazer mistério ou...

- Perdi a minha memória. – interrompeu ela de forma direta.

- Desde quando? – ele perguntou intrigado.

- Não me lembro de nada anterior aos três últimos anos. Não sei de onde vim, não sei quem eu sou... Não sei sequer a minha idade.

L deu uma breve pausa enquanto a observava e depois começou a dizer:

- Sua idade não é difícil descobrir com simples exames em laboratório. Sua identidade pode também ser descoberta com amostras de suas impressões digitais.

- Eu já tentei fazer isso. Não constou nada arquivado. É como se eu nem existisse. O teste da idade eu não pensei em fazer. Mas incrivelmente eu tenho uma grande base de conhecimentos gerais e acadêmicos, assim como também falo fluentemente oito idiomas. Tenho facilidade com todos então é difícil definir qual é o da minha terra natal. Minha memória teve início há três anos, na Inglaterra. Mas isso não significa que eu seja realmente inglesa.

- Isso é mesmo muito estranho. Não constar nenhum dado nos arquivos civis... Indica que eles foram apagados, ou você era uma indigente que nunca teve um registro. Mas se a Srta veio me procurar para resolver o seu caso, sinto muito, mas não sou um detetive particular. É melhor que procure...

- Não se precipite, por favor. Não tenho tanto interesse assim em desvendar o meu passado, se não eu teria apelado para recursos como terapias de transgressão. A verdade é que eu tenho medo, então acho melhor deixar as coisas como estão. Tudo o que eu consegui nesses três anos foi andar como uma ilegal. Tenho passaportes e documentos falsos e todo dinheiro que eu consigo é trabalhando como uma modelo fotográfica de uma empresa pouco conhecida na Inglaterra. Ninguém sabe nada sobre mim. Bom... Se nem eu sei.

- Nunca descobriram que a Srta usa documentos falsos?

- Não. É que na verdade não são falsos perante a lei. Porque eu... Invadi o sistema civil de registros e identificações e inclui todos os meus documentos como sendo legais e oficiais.

- Uma hacker?

- Não é o meu trabalho, mas foi o que eu fiz. É... O Senhor terá que me prender?

- Esse não é um trabalho meu. Mas a Srta me parece uma caixinha de surpresas. Uma garota bastante extrovertida, mas também dotada de um grande porte intelectual. Assim fica difícil adivinhar o que está pensando ou tramando.

- Se está se referindo ao real motivo de minha visita... Não precisa se preocupar com isso. Agora serei direta... Estou aqui devido ao caso Kira e o Death Note.

L entrou em choque de tão surpreso, e mesmo após um instante tudo o que fez foi manter o silêncio. Lucy, ao perceber sua perturbação repentina, continuou:

- Ah... Talvez eu também deva... – dizia ela enquanto retirava algo da bolsa – Talvez eu também deva lhe mostrar isso.

Lucy colocou sobre a mesa um caderno branco semelhante ao Death Note.

DNTWB 01 - O Fim é Só O Princípio

Death Note - The White Book
Capítulo 1 - O Fim é Só O Princípio.


"Death Note: Aquele cujo nome for escrito no caderno, simplesmente morrerá. Se a morte da pessoa não for especificada, esta morrerá de ataque cardíaco 40 segundos após ter seu nome escrito. Depois de escrever o nome, caso seja especificada uma causa, o usuário terá 6 minutos e 40 segundos para escrever os detalhes da morte.

Caso o dono do caderno renuncie a posse deste, toda sua memória relativa ao Death Note será apagada. Mas se futuramente o usuário tocar no caderno ao qual renunciou, toda a memória perdida a respeito do Death Note será recuperada instantaneamente.

O usuário pode controlar todos os passos da vítima, mas não possui o poder de fazê-la matar uma terceira pessoa. "O tempo máximo que o usuário pode controlar os passos da vítima é de 23 dias."

- 23... Dias. – dizia L ao observar o caderno – No fim, até mesmo eu virei um usuário do Death Note. Essa é a arma assassina mais abominável que já existiu neste mundo.

L deixou o caderno sobre a mesa de centro e acendeu uma vela que também estava sobre a mesma. Feito isso, L toma o caderno novamente. Segurando-o de forma peculiar usando o polegar opositor, ele suspende o caderno sobre a chama da vela.

- "Check Mat"!

- Ei, Ryuuzaki... Queimar o caderno não vai aumentar a sua expectativa de vida. – disse Ryuku surgindo de repente atrás de L.

- Eu sei. Ainda tenho 23 dias.

- Mas Raito pensava que poderia ser um Deus com eles. Você não se interessa por isso?

L tirou o caderno da mira da chama e por um tempo refletiu. Após certo instante, disse:

- A forma como Raito morreu... É a de um Deus?

Ryuku se surpreendeu com a pergunta e ficou sem resposta. Rapidamente, L recolocou o caderno sobre a chama da vela e em poucos instantes o fogo o atingiu e se alastrou. A chama que queimava o Death Note era azulada e sinistra. L atirou o caderno em um recipiente ao lado da mesa pelo qual o caderno foi rapidamente se consumindo pelas chamas. E logo em seguida fez o mesmo com o outro Death Note. Assim, ambos os cadernos assassinos foram aos poucos virando cinzas. Daquela chama azulada pareciam ecoar vozes e gritos de desespero.

L tinha naquele momento apenas vinte dias de vida. Com a morte de Watari, estava sozinho naquele escritório onde as mesas continuavam cheias dos mais variados doces.

L colocou como ultimo objetivo de vida resolver o máximo de casos possíveis. Em uma grande mesa estavam centenas de casos arquivados ao qual foi resolvendo um a um, até que todos se esgotassem. E ao mesmo passo, ele também ficara exausto. Passaram-se alguns dias nessa cansativa tarefa, mas L não era do tipo que ficaria parado apenas esperando a morte chegar. Ele simplesmente faria tudo que estivesse ao seu alcance para mudar o mundo, mesmo que apenas um pouco.

Londres, Inglaterra.

- "Caso Kira resolvido"? – dizia uma bela garota ao ler a manchete de um jornal – Isso é... Impossível!

A garota era do tipo naturalmente loira, com o cabelo moderno e desfiado, quase batendo nos ombros. Aparentava ter menos de vinte anos. Seus olhos eram verdes e bem desenhados, e expressavam um olhar belíssimo e encantador. A pele era clara, mas levemente bronzeada. Sua altura não devia passar de 1,65m e a garota tinha um corpo que mais parecia ter sido desenhado de tão perfeito, pois tinha tudo na medida certa sem que nada estivesse faltando e nem sobrando demais. Tinha seios grandes, mas não de uma forma que a deixasse vulgar.

A garota parecia uma modelo, e seu estilo era do tipo "sexy e básico". Estava agora com uma calça jeans colada, uma delicada sandália de salto alto e fino, uma blusa vermelha de alcinha e com detalhes de renda no decote, e um discreto cordão de prata cujo pingente era a letra "L" – exatamente com essa fonte, ou seja, o mesmo "L" que L usava para transmitir suas mensagens através do lap-top ou da televisão.

A garota dobrou o jornal e o colocou em sua bolsa bege com bastante detalhes em vermelho. Após isso, começou a andar de forma lenta e sensual pelas ruas de uma cidade noturna. Observou as luzes e depois o relógio de uma igreja.

- 10h22?! Está tarde... Ei, Zelfa... Por que você nunca me avisa que está tarde? Você sabe que eu sou um desastre em ter noção do tempo, tanto quanto sou uma perdida... Não tenho o menor senso de direção.

A garota falava com alguém intitulado Zelfa. Esse alguém surgiu de repente para respondê-la. Surpreendentemente, Zelfa não era um humano e nem sequer um shinigami. Aquela criatura mais parecia um paladino branco, aliás, essa era a sua cor. Ele era grande, sua altura superava a de Ryuku. Mas seu aspecto lembrava o de um guerreiro medieval. Porém a criatura tinha asas também brancas e extensas e usava uma espécie de "máscara de ferro" prateada e brilhante. Seus trajes – que também lembravam os de um guerreiro medieval – tinham também muitos detalhes na cor prata, e outros na cor preta. Além disso, Zelfa tinha um cabelo liso, dourado e brilhante cujo comprimento ultrapassava todo o seu tronco. O último detalhe, e um dos mais perceptíveis, é que a criatura portava em suas costas uma grande espada.

Zelfa se aproximou da garota até ficar ao seu lado e após algum instante pôs-se a falar com uma voz forte e vibrante:

- Lucy... O que você pretende fazer?

- Ora... E não é obvio? Vou ter que arranjar um modo de acabar com tudo isso. L foi enganado... – respondeu ela – Zelfa... Como faço para ir até o Japão? Ou melhor, até Tóquio?!!

- Por que quer ir até lá? Pretende começar a reunir os outros usuários de Rewrite?

- Não, não... Hehehe... – dizia ela enquanto ria – Isso é muito difícil. Eu lá vou saber quem mais usa essa coisa além de mim?

- "Coisa"?

- Ah... Não, que isso... Sorry, sorry!! É um caderno lindo! Muito lindo!

- Está bem. Vou te dar as coordenadas passo a passo para que você possa pegar um avião até Tóquio. Então tome muito cuidado para não se perder dessa vez.

- Okey!! Valeu Zelfa! Você é o Death Hunter mais legal que eu conheço!

- Acho que na verdade sou o único que você conhece...



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domingo, 2 de outubro de 2011

SL 00 - Prólogo

Shadow Lullabie's
Prólogo


Em nenhum momento eu pude imaginar, que às vezes as coisas se fazem predestinadas. Não que eu acredite em destino, mas também não estou dizendo que não acredito. De toda forma, todos nós quando paramos para pensar em nossas ações e em suas conseqüências, é bem comum nos perguntarmos: "seria diferente se eu tivesse agido diferente?". Já me disseram que isso não existe, que tudo acontece seguindo um fluxo natural, a ordem natural das coisas... E que, no fim, "o que tiver que ser será". Não importa o caminho que você escolheu, o ritmo ao qual você andou, e nem todos os obstáculos que você percorreu... Nada é por acaso, tudo tem um porquê de acontecer. E no final dessa longa jornada, o resultado será apenas um.

Porém, agora é cedo demais para dizer. Ninguém conhece o futuro, pois este pertence apenas a ele mesmo, e não a nós.




- Senhorita Akayame!! Senhorita Akayame!!

A moça chamava pela bela garota que não parecia escutá-la. A jovem que se distraia por entre a multidão era muito bonita e chamava bastante atenção. Seu visual era como o de uma Lolita um tanto mais discreta, suave e elegante – trajava um delicado vestido lilás - mas que mesmo assim despertava os olhares de todos a sua volta. Talvez isso ocorresse mais por conseqüência de sua beleza ligeiramente exótica. Seu cabelo, que estava preso em marias-chiquinhas, era bem longo, liso, sedoso e tão negro que brilhava intensamente, e encantava. A franja lhe cobria toda a testa, mas era desfiada e bem cortada, lhe caindo muito bem. Os olhos da menina eram de um tom castanho bem claro que lembrava o âmbar; bem desenhados e com um olhar belo e expressivo. Lábios sutilmente volumosos e pele levemente bronzeada. Sem o salto, devia ter mais de 1,60m, mas não muito mais. Seu corpo era bonito e certinho, com pernas, quadris, e cintura na medida certa. Os seios eram grandes, mas num formato belo e uma naturalidade que os distanciava do vulgar.

- Senhorita Akayame!!?

Finalmente a garota ouviu o chamado e se virou na direção da mulher que já ofegava de cansaço.

- Ah... Olá!! – cumprimentou com um sorriso despreocupado.

- "Olá"? Eu estou te procurando faz mais de uma hora e tudo o que você me diz é "olá"? Para quê você tem um celular se nem sequer se dá o trabalho de atender?! A estação é super movimentada, ainda mais em horário de pico, você devia ao menos ter ficado em um ponto mais referenciado... O que eu faço com você?!

- Ah, mas o quê mais eu poderia dizer Sra. Swans?

- Esse seu humor despreocupado um dia vai te matar! Ao menos devia se desculpar!

- Okey, okey... Sorry!

- Deixe para se desculpar melhor depois! Agora temos que ir! Estamos atrasadas!

- Que bipolar... – a garota murmurou baixinho.

- Disse alguma coisa?

- Ah, nada! Nada...

- Vamos, ande mais depressa.

- Er... Sra. Swans?

- Sim?

- Que dia é hoje?

- Céus... Em que mundo você vive? Como quer ser uma assistente se nem ao menos se importa em saber "que dia é hoje"? Acha que vai ter sempre alguém disposto a te dizer?

- É... É verdade. Mas mesmo assim...

- 8 de Novembro de 2004, está bom pra você?

- Perfeito! – respondeu a menina sorrindo.

No prédio da agencia:

- Como você viu a agencia são os três últimos andares desse prédio! Na verdade os dois últimos, o 31º e o 32º, que na verdade formam um só andar já que os apartamentos são duplex, é mais uma espécie de "alojamento". Ultimamente eles vêm tendo muito trabalho, afinal acabaram de abrir as portas para o mundo fora do Japão! Por isso é comum eles ficarem o mais próximos possível do estúdio. Os auxiliares diretos ficam aqui o dia inteiro. Você, que é a assistente direta ficará lá em cima também.

- Lá em cima é...

- Aqui é uma área bem mais profissional, cheia de computadores e com pessoas circulando o tempo todo! Você mesma está vendo! Esse é o meu escritório. – disse Swans abrindo uma porta – Aqui poderemos conversar melhor!

- Ah, é mesmo...

- Já lá em cima... Temos quatro amplos apartamentos duplex. É um local bem mais "caseiro". Não há escritórios lá em cima como há aqui embaixo. Temos apenas quatro escritórios, um em cada apartamento. Eles não possuem número, chamamos os apartamentos de West Field, East Field, North Field e South Field, que é o AP onde a banda está. Particularmente, apesar de todos os apartamentos terem a mesma dimensão, o South Field é o que tem o ambiente mais agradável.

- E ficam todos no mesmo apartamento?!

- Não se preocupe. São seis suítes, duas salas, hall, sala de jogos, sala de jantar, biblioteca, quatro salas de ensaio a prova de acústica, um escritório, dois banheiros além das suítes, uma grande cozinha, e área de serviço! Temos sacadas nas suítes, na sala de jogos, na biblioteca e na sala principal. O apartamento é absurdamente enorme! Dá para se ter uma grande privacidade, então fique tranqüila!

- No... Nossa! E ainda são quatro apartamentos assim?

- Sim! A área de cada andar desse prédio é imensa! Se você começar a andar por esse andar do estúdio, por exemplo, você certamente vai se perder!

- Nem pretendo arriscar... – disse ela rindo – Prefiro que a senhora me guie!

- Senhora está no céu! Ah, quase ia me esquecendo! Aqui o condomínio fornece algumas áreas de entretenimento, como piscinas, academia, salões de festa, etc. Mas eles costumam freqüentar um clube que tem aqui perto quando querem relaxar! Porém quando tiver tempo livre, fique a vontade para usar as áreas daqui se quiser! Eles têm uma sauna ótima!

- Ah, claro! Muito obrigada!

- Nem precisa agradecer! A assistente direta é o braço direito da banda, é suma importância para o desenvolvimento da banda, talvez até mais importante que o agente, que increvelmente está em uma viagem pessoal, mas logo você irá conhecê-lo. Você será uma auxiliar para tudo, então precisa ter um bom estado de espírito! E haja espírito!!

- Hhauhauahhauh! Eles são tão difíceis assim?

- Espere e tire suas próprias conclusões...

- Ah... Eu não perguntei, mas... Existe cobertura aqui?

- A cobertura é um heliporto, por isso não é nada mais além de um grande espaço vazio!

- Ah... Certamente que seria um heliporto...

- Gosta de coberturas? Espertinha...

- Ah, não!! É que... Gosto de áreas altas e ao ar livre!

- Você é mesmo uma garota estranha! Eu tenho pavor de altura!

- Imagine... – a garota dizia entre risos – Em um lugar alto e ao ar livre com uma boa vista, você se sente como um pássaro em repouso, observando o mundo que é infinitamente maior que você.

- É um modo bem interessante de pensar! Se você quiser ir à cobertura pra respirar um ar bem "puro" e observar a paisagem fique a vontade! Mas tome cuidado com a chegada de helicópteros e com as beiradas! Não há nenhuma grade nem nada! Be careful okey?!

- Okey!!

- Bom, deixe te apresentar alguns outros detalhes e instruções! Você terá que vestir roupas mais casuais, tudo bem?

- Ah, sem problemas!!

- Você é muito bonita! Eles têm que prestar atenção nos deveres e não em você!

- Ah, claro...

- Aliás, seu nome é japonês não é? Você é daqui de Tokyo mesmo? Tem alguns traços orientais, mas não me parece japonesa...

- Ah, eu não sei bem... Eu fui achada num brégio quase a beira da morte.

Fez-se o silêncio e o drama.

- É brincadeira – disse a garota ainda seriamente.

- Ah... – aliviava-se a Srta. Swans – Que susto!! Você tem um ótimo humor hein?! Vai se dar bem com aqueles pestinhas...

- Sinto muito. Hehehe... Mas o fato é que fui adota e sem registros originais.

- Nossa... Você deve ter ótimos pais não é?

- Ah, sim... Com certeza – respondeu a garota com um ar melancólico.

- Bom, ainda vou querer saber muito mais sobre sua história, mas agora temos coisas mais urgentes a tratar! Nesse momento eles estão em uma entrevista então ainda não chegaram, logo terá que conhecê-los!

- Estou muito ansiosa!

- É uma fã não é? Não precisa ocultar isso, mas certifique-se de ser profissional certo?

- Hai hai!


Ela começou a falar... E me disse tantas coisas. Eu escutava, concordava, tirava dúvidas e aquilo apenas se prolongava! Sabia que era importante, mas ainda assim estava achando bem cansativo e queria que terminasse logo. Porém, apesar de tudo, sou uma garota profissional, então prestei atenção direitinho em tudo o que ela dizia. Ela me fez praticamente uma biografia completa da banda, apesar de eu já saber de muita coisa, afinal sou uma fã desde o seu início, em 1999.

Também devo confessar que... Estar a ponto de conhecê-los, era como estar prestes a realizar um dos meus maiores sonhos! Ao menos era assim que eu estava me sentindo naquele momento...

E ali estavam os quatro! Na minha frente! Eu respirei fundo e tentei não perder a voz, mas foi em vão. Meu nervosismo era notável! Hizumi, Karyu, Zero e Tsukasa... D'espairsRay estava na minha frente!


A banda D'espairsRay já se encontrava no South Field a espera de sua nova assistente. Seus integrantes estavam maquiados, mas não de forma exagerada. Vagavam pelo grande apartamento, sentiam-se em casa. Hizumi abriu a geladeira e pegou um energético. Zero, que estava próximo, iniciou:

- Não tem nada pra comer?! Bebe isso depois, se comer e tomar isso ao mesmo tempo vai passar mal! – dizia ele.

- Relaxa. Eu bebo primeiro e como depois – respondia Hizumi.

- Talvez seja melhor... – Karyu dizia enquanto acendia um cigarro, e só após uma tragada continuou – A gente pode pedir umas pizzas.

- Vou pegar o número... – disse Zero saindo da cozinha.

- Onde está o Tsukasa? – perguntou Hizumi sendo então respondido por Karyu.

- No banheiro... Eu acho.

Tsukasa passava pela sala principal, entrava na sala de jantar e se aproximava da cozinha enquanto dizia:

- Ei, vocês sabem se a Sra. Swans já está subindo com a nova assistente?

- Ela disse que sim – Hizumi o respondeu.

- Como será que ela é? – perguntou Karyu outra vez tragando o cigarro – Sempre arrumam assistentes tão "fracos".

- VOCÊS VÃO QUERER PIZZA DO QUÊ?! – gritava Zero ao telefone, na sala de estar.

- [Hizumi] NAPOLITANA!

- [Karyu] PERPERONI!

- [Tsukasa] MARGUERITA!

- TÁ BOM!! – Zero voltava ao telefone – É... Me vê uma de Perperoni, uma napolitana...

Não muito de repente, a campanhia tocou: ding dong!

- Nossa, fast-entrega... – dizia Hizumi se fingino de impressionado.

- É claro que não são as pizzas, idiota! Deixa que eu atendo – dizia Tsukasa se dirigindo à porta.

O baterista abriu e deu os cumprimentos, primeiro entrou a Sra. Swans.

- Olá garotos! Como estão? Vim trazer a nova assistente de vocês!

- Já fiz o pedido! Espero que não demorem, estou morrendo de fome... – dizia Zero aparecendo na sala até notar a entrada da nova assistente.

A garota era incrivelmente bonita, mas parecia estar muito nervosa. Linh estava vestida com uma camisa social simples e branca, uma saia também social preta e não muito longa, uma sandália de salto alto bem delicada e seu cabelo estava preso em um penteado elegante e bem arranjado. Não usava maquiagem, mas sua pele era absolutamente perfeita, nem precisava. Também era incrível como o negro do seu cabelo realçava no branco da blusa, e intercalava-se com o preto da saia. Ela estava elegantemente discreta, naturalmente linda, mas ainda assim sensual.

No instante seguido, entraram na sala Hizumi e Karyu. A garota olhou para eles, e olhavam eles para ela. E o silêncio persistiu por um tempo, enquanto os pensamentos dançaram com o vento sem melodia.



Nova, bonita e tímida. Na verdade descobri não muito tempo depois que ela não era tão tímida. Mas fiquei pensando se seria eficiente. Uma garota como ela poderia estar trabalhando como uma prestigiada modelo fotográfica onde seria capaz de ganhar muito mais dinheiro. Claro que depois eu entendi melhor o porquê, e acabei me apegando a idéia de tê-la como a nossa assistente.

[Tsukasa]



Naquele momento olhei para ela esperando um retorno, então ela olhou rapidamente para mim, virou o rosto no mesmo instante e sorriu. Estava nervosa, mas eu pensei: "kawaai". Observei sutilmente até chegar à conclusão de que nunca tinha visto uma garota tão bonita em toda a minha vida.

[Zero]



Na verdade minha mente ficou vazia. Se eu a forçasse a pensar, provavelmente ela pensaria demais. Me senti como se reencontrasse alguém que não via há muito tempo. A partir daquele dia toda a nossa rotina começou a mudar, as coisas mudaram e o futuro nos surpreendeu. Linh passou a ser uma fonte de mistério para nós. Aos poucos, tudo foi se revelando, mas para um curioso como eu, sempre tinha que haver algo a mais...

[Karyu]



A principio eu não soube explicar nem a mim mesmo o motivo, mas eu fiquei feliz e triste ao mesmo tempo. Misturei alegria e ansiedade com uma estranha insegurança. Enquanto o silêncio persistia, eu olhei rapidamente para os outros três até voltar a pôr os meus olhos nela. Era como se palavras estivessem no ar, mas só os sábios fossem capazes de escutá-las e entendê-las. Acho que naquela hora nenhum de nós foi um sábio... O clima estava estranho, não de uma forma negativa, mas sim como algo incompreensível.

[Hizumi]



- Eto... – começava ela a dizer – Pra... Prazer em conhecê-los! Espero que possamos nos dar bem!

Linh proferiu aquelas palavras ainda estando nervosa, mas assim que terminou ergueu a cabeça e sorriu de forma a encantar.

- Ela não é uma graça?! – dizia Sra. Swans amavelmente.

- B-Bom... Si... Sinta-se em casa! – disse Hizumi com dificuldade.

- Então, agora que já foi recebida, devo me retirar! Ainda tenho alguns afazeres a completar! – dizia Swans – Suas coisas serão trazidas em breve pelo meu assistente de carga. Qualquer coisa, sabe onde me encontrar! Ja ne!!

- Ma... Mas, Srta. Swans! – tentava Linh interromper, ainda nervosa.

- Bye bye!!


Desespero. Não houve outra palavra que melhor descrevesse o meu sentimento naquele exato instante em que a Srta. Swans foi embora. Lá estava eu, em presença dos quatro integrantes de uma das minhas bandas preferidas entre todas as outras existentes nesse mundo. Fiquei pensando no que eu teria que fazer, o que eu diria pra eles, como seria daquele dia em diante, mas algo desviou por completo qualquer um desses pensamentos.

Nossos olhos se cruzaram, os meus e os dele. Karyu... Por algum motivo eu... Estremeci. Então desviei rapidamente o olhar, e senti como se todo o meu corpo estivesse tremendo. Fiquei ainda mais nervosa assim que ele começou a se aproximar... Talvez ele tenha notado algo errado comigo. Meus pés foram automaticamente dando passos para trás, enquanto eu teimava em desviar o olhar. Ele percebeu. Todos perceberam.


- Uow... Acho que você assustou ela! – dizia Zero zoando Karyu.

Karyu olhou para Zero com um ar de preocupação. Assim que notou que a garota hesitava em permitir a sua aproximação, ele se afastou lentamente.

- Ei... – começou a dizer – Relaxa! Por que ficou assustada?! Acaso sou tão terrível assim? (risos descontraídos)

- E... Eu... – tentava Linh responder – Si... Sinto muito!

Hizumi, ao notar que o clima estava um tanto quanto tenso, se aproximou da garota e a puxou pelo braço.

- Quê isso, sinta-se em casa!! Vamos, eu irei te mostrar o apartamento! Você deve conhecer o seu quarto também! A partir de hoje irá trabalhar com a gente, então não deve ter medo de nós!

- Eu não tenho medo de vocês! Estou inclusive realizando um grande sonho ao conhecê... – ela se auto-interrompeu ao notar o que dizia, mas fora tarde demais.

- Ora... Uma fã? – interviu Tsukasa.

- Sim! Acompanho o trabalho de vocês desde o início da banda!

Hizumi e Linh estavam parados diante do primeiro degrau da escada, feita de acrílico trabalhado. Zero continuou a conversa:

- Mas então talvez seja esse o motivo dela estar assustada. Se ela é fã há tanto tempo, é claro que ficaria muito nervosa ao de repente se tornar nossa assistente direta.

- Então é isso... – dizia Karyu numa segunda tentativa de se aproximar – Eu estava ficando preocupado com o fato de...

Assim que Karyu chegou a poucos passos de distância, Linh se colocou atrás de Hizumi e agarrou firmemente em seu casaco de couro preto. Todos fizeram silêncio. Foi notável que o problema não era a banda, mas sim Karyu.

Hizumi, assim como todos os outros, ficou abalado, mas decidiu descontrair o clima:

- Karyu... O que você fez pra ela?! – disse ele num tom de brincadeira.

- É algum tipo de "Karyufobia"? – brincava também Tsukasa.

- No way... Por que diabos você tem medo de mim?! Se acompanhou o nosso trabalho não deveria me conhecer ao menos um pouco? – dizia Karyu.

A garota fez silêncio e não respondeu, também insistia em não olhar para ele.

- Eu sou um integrante que você não gosta? Uma pessoa desprezível? Louco demais? O pior guitarrista da face da Terra...

- NÃO É ISSO!! – dizia ela interrompendo e ainda desviando o olhar – Eu o acho... O melhor guitarrista da face da Terra! [*a banda se impressiona*] E também o admiro como pessoa, mas... Eu não sei. Não sei por que, mas estou... Eu... Estou assustada! Por favor, me perdoe!

- Ow... Kawaaaaaiii! – se encantava Zero.

Karyu ficou em silêncio, baixou a cabeça e o olhar de forma condolente e retirou do bolso o maço de cigarros. Pegou um cigarro, colocou na boca, e em seguida pegou o isqueiro e o acendeu. Deu uma lenta tragada e voltou o seu olhar para Linh.

- Não se preocupe, está tudo bem. – dizia ele de forma tranqüila – Vou ficar bem distante até você mesma se aproximar.

Enfim ele se retirou e foi em direção a sacada. Linh pareceu triste, mas foi reanimada:

- Ei, fique tranqüila! Logo logo você se acostuma com ele também! – disse Tsukasa.

- Sim, claro que acostuma! Agora vamos, você realmente vai gostar daqui! Qualquer garota iria adorar! – dizia Hizumi voltando a conduzi-la.

Hizumi subiu as escadas com Linh, e Tsukasa foi logo atrás. Zero ficou, olhou rapidamente para Karyu - que fumava na varanda - e com passos mais ligeiros se jogou no sofá.

- Estranho né? – falava ele com o guitarrista.

- Estranho o quê? – perguntou Karyu olhando a paisagem que formava a cidade sob as luzes da Torre de Tokyo.

- Ela ter medo de você... Eu acho estranho.

- Se você me perguntar se eu acho normal eu prefiro responder que não.

- E como você se sente... Sendo temido por uma garota tão bonita? Huahuahauahuahau! – debochou Zero.

- Huhauahau... Se fosse você estaria enlouquecendo né?

- Eto... Hai hai! (risos descontraídos dos dois).


Eu lembro que não muito tempo depois de subir, a campanhia tocou. Hizumi e Tsukasa me mostraram ao menos todo o andar de cima, onde ficavam os quartos. O meu quarto era muito bonito, não tinha muitos detalhes personalizados, mas isso era algo que eu poderia fazer depois. Ao lado direito do meu quarto... Ironicamente ficava o quarto do Karyu e, logo em frente, o do Zero. Mas os quartos do Hizumi e do Tsukasa não ficavam distantes. Também era no andar de cima que ficava a biblioteca, outro banheiro, mais um quarto e uma sala de música.

Nós descemos rapidamente e Zero e Karyu estavam colocando copos na mesa. Tsukasa fez com que eu me aproximasse e eu obedeci com calma. Ele me ofereceu o lugar na ponta da mesa, o mais distante de Karyu, sentado na outra ponta. Eu já estava me sentindo muito culpada por aquela situação desconfortável, apesar de ver que Karyu estava bem e ria naturalmente sem nenhum desconforto aparente.


- Você não gosta de pizza? – perguntou Tsukasa.

- Ah, claro que sim! – respondeu Linh sorrindo.

- Então fique a vontade!! – dizia Zero.

Linh olhou rapidamente para as pizzas e depois para a mesa, a procura de algo.

- Eto... – tentava ela dizer algo.

Tsukasa pareceu notar qual era a preocupação da menina e sorriu.

- Hehehehe... – ria ele – Ei, seus bando de porcos! Uma garota não vai querer comer que nem vocês, tragam dois pratos e talheres! Também não quero sujar as mãos...

- Sua bicha!! – disse Hizumi se levantando para pegar os pratos.

Vendo o movimento e as brincadeiras, Linh começou a rir.

- He... Hhauha... Huahauhauahauah! Hauhauahuah...

Todos pararam momentaneamente para observá-la, e Linh continuava a dar risada despreocupadamente.

- Como... Como eu posso dizer... – tentava ela dizer e parar de rir – Isso é... Incrível! Eu... Estou aqui... Comendo pizza com uma das mais notáveis bandas do Japão. Não... Só o fato de ser vocês. Parece mentira...

Todos estavam se encantando com a garota e seus depoimentos de uma fã que desacreditava na realidade. Zero olhou para ela também ficando emocionado e disse lentamente:

- Se... Se você chorar eu vou chorar também...

Linh riu antes de responder:

- Huahauha... Não se preocupe Zero-san, eu não vou chorar!

Hizumi era outro que estava hipnotizado, até Tsukasa "despertá-lo" dizendo baixinho para ele:

- Linda não?

Hizumi se assustou e Tsukasa começou a rir.

- É... – dizia Hizumi ficando corado – "Kawaaaai" né?

Karyu ficara distante de tudo. Olhou rapidamente para a garota e sorriu depois enchendo o copo com cerveja. Quando começou a beber, Linh inesperadamente interrompeu:

- TODOS VOCÊS!! – dizia ela se levantando enquanto todos se assustavam e Karyu quase engasgava e cuspia a cerveja.

Depois que todos já estavam quietos e atentos, ela continuou:

- Não fiquem na farra até muito tarde! Amanhã a agenda de vocês começa às 9h da manhã, então estejam prontos.

- Profissionalismo? – comentava Zero.

- Sou a assistente de vocês, não sou? Às vezes vocês vão me achar uma chata, mas tudo bem! É pelo futuro de D'espairsRay!

- Hum... Então ela é mesmo eficiente. – dizia Tsukasa em voz baixa até todos começarem a rir.

- SIM SENHORA! – disseram todos.


E então... Foi assim que tudo começou. Com risadas, cervejas e pizza!


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